
Caio Bruno
Recordações de um velho gamer

Feliz eu fui quando o meu grande amigo era o vídeogame
O primeiro que chegou em casa, eu tinha uns 4 anos, foi o Atari
Me divertia com os jogos da época sem entender bem qual era.
Dividia minha preferência entre ele e os programas infantis da TV
Depois veio o Master System 1. Alex Kidd in The Miracle World
O Nintendinho com o meu preferido, o Mário
Só queria saber de jogar. O tempo voava e satisfazia.
Tive todos que saíram naqueles hoje tão distantes anos 1990
Bom era quando passava as tardes de sábado jogando na locadora
Trocava de cartuchos (sim, era assim que chamávamos), de consoles
Doce escapada da realidade protagonizada por meu irmão e eu
Entre Street Fighter, Donkey Kong, Sonic, Battletoads e Super Sidekicks
E por falar em futebol, aos domingos era dia de clube com a família
Deixava as quadras e campos de lado para ir no salão de jogos
Havia uma pinball antigo (chamado de Fliperama) que não me atraía
Achava muito analógico e não entendia o objetivo
Mas também havia as novidades do arcade. Simuladores, jogos exclusivos
E quando começou a sair os games como o Virtua Fighter? Um assombro.
O Playstation 1 tinha o Residente Evil. Dificílimo
Só consegui fechar ele comprando uma revista com o passo a passo
Aliás, eu era colecionador dessas revistas. Tinha dezenas
Torrando o saco e a paciência de meu pai para comprá-las
Me lembro muito da Ação Games. Que há muito deixou de existir
Sonhava em ter todos os games do mundo
Veio o final da adolescência e me perdi do meu amigo
Os dilemas da vida - essa ingrata - tomaram conta
Vestibulares, amores, tristezas, emprego e preocupação
O tempo ficou escasso e a relação foi esfriando
Sou um gamer aposentado. Emérito. Hoje jogo vez em nunca
E passo os dias como um viúvo que lamenta a perda da amada
No meu caso, os meus amados velhos parceiros da juventude.